sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma certa forma de amor

“A liberdade de começar de novo é a maior de todas as liberdades. Se uma vida são muitas vidas, a da nossa Mãe começou de novo.
Ela é a mesma, só agarrou com as duas mãos a coragem que nunca lhe faltou. E meteu-se em brios e passou a prova do público. Descobriu que a vida também se escreve. Não tem ciência exacta sobre os sentimentos nem doutrina em forma sobre as emoções. Tem olhos para entender e ideias para explicar. Para nós não é novidade. A nossa Mãe escreve como sempre nos falou. São sermões laicos e dúvidas liberais. São interpretações de fé e códigos de carácter. São memórias ternas e contos de tristeza.
Ganhou-se a distância do que é pouco importante, escrevendo sobre o que está mais perto das pessoas. Nós só podemos recomendar a nossa Mãe com a autoridade dos conhecedores. E estar do lado da sua liberdade com a sinceridade dos admiradores” .
Este texto é, também, uma história de amor de dois filhos pela sua Mãe. Foi escrito por Miguel e Paulo Portas, faz hoje vinte anos, como prefácio ao primeiro dos doze livros que já tenho publicados.
Só espero que os meus netos, mais tarde, quando eu já aqui não estiver, saibam relembrar o que de mais perene eu, como exemplo, creio ter-lhes deixado. E que, relativamente aos seus Pais, possam manifestar tanto amor, como o que este texto revela!
Helena

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