Um dia Laura, que já ia no terceiro divórcio, disse-me: “fui com qualquer dos meus três maridos uma pessoa diferente. Se, por um estranho acaso, eles se reunissem para falar de mim, de certo chegariam à conclusão de que não estavam a referir-se à mesma mulher”.
Nunca mais esqueci esta conversa. Ela voltou agora à minha memória porque a minha amiga acaba de me comunicar que está a pensar voltar a casar.
O que é que, afinal, se passa, perguntei-lhe?Não te chegam três insucessos? Então ela explicou-me que no primeiro a educação estrita que tivera, não lhe tinha permitido conhecer bem o futuro marido. Fora, assim, uma noiva casta, inexperiente e temerosa. Os filhos, seguidos, também não haviam ajudado muito. Ao contrário, a atenção que neles concentrara, havia levado a que descurasse o marido. Que acabou por se ir com quem não tinha crianças para cuidar.
Nunca mais esqueci esta conversa. Ela voltou agora à minha memória porque a minha amiga acaba de me comunicar que está a pensar voltar a casar.
O que é que, afinal, se passa, perguntei-lhe?Não te chegam três insucessos? Então ela explicou-me que no primeiro a educação estrita que tivera, não lhe tinha permitido conhecer bem o futuro marido. Fora, assim, uma noiva casta, inexperiente e temerosa. Os filhos, seguidos, também não haviam ajudado muito. Ao contrário, a atenção que neles concentrara, havia levado a que descurasse o marido. Que acabou por se ir com quem não tinha crianças para cuidar.
No segundo tivera toda a liberdade. E usara-a. Mas, uma vez mais, os filhos perturbaram a relação. Com efeito, sempre que podia, o marido trazia para casa os dois rebentos que já tinha de um anterior matrimónio. Enquanto Laura tentava conciliar tudo, pondo o marido em primeiro lugar, as suas crianças, essas doces criaturas, decidiram ir viver com o pai, argumentando que a mãe não lhes dava atenção. Para compensar os enteados resolveram seguir-lhes as pegadas. Houve assim uma troca. Sairam dois e entraram outros tantos. Resultado: novo divórcio e novas mágoas. Mas a heroína recuperou os filhos.
Ao terceiro resolveu que não abdicaria de mais nada. Nem de filhos nem dela própria. E ele aceitou. Aceitou tanto e tão bem que acabou por perder o interesse e a desmotivar. De tal forma que seria ela a pedir o divórcio.
Agora os filhos têm a sua vida e Laura está, finalmente, preparada para partilhar a sua existência sem constrangimentos e sem deixar de ser ela própria. Pelo menos é o que ela pensa.
"Acho que agora já posso ser uma mulher felizmente casada", afirma com um sorriso nos lábios!
Helena
É comum os filhos serem a causa e depois a consequência do divórcio. Principalmente quando o casal abdica dele em detrimento deles.
ResponderEliminar(Estou a gostar muito destas histórias...)