É verdade que quando se encontraram um apeteceu ao outro. E aceitaram a gostosura desse apetite, porque é assim que acontece quando se tem vinte anos. Namoraram mais ou menos intensamente, ela acabou o seu curso, ele começou a trabalhar.
Na altura devida resolveram casar e ambos traziam para casa salário semelhante. Filhos, quatro nasceram e dificultaram a vida profissional da mãe. Mas Teresa, ao contrário de Gonçalo sabia o que queria. O marido apenas sabia que queria manter aquela família. Como muitos maridos por esse mundo fora.
E, à custa de sacrifícios dela, a sua carreira começou a descolar. E a vida do casal a melhorar. Mas também alargaram os horizontes de Teresa que começou a conhecer outras pessoas. De uma viria mesmo a enamorar-se. Mas não se apartando de um casamento, cujo up grade social era evidente. Uma altura houve em que pensou que a paixão tomaria outra forma. Mas do outro lado havia um casamento que não era conveniente desfazer. Não lhe foi fácil aceitar que, afinal, a instituição, a família, os filhos, o que fosse, eram mais fortes e importantes do que ela. Percebeu que o "homem da sua vida" não seria, jamais, algo diferente de "um" homem na sua vida. Magoou-se de verdade e sentiu-se culpada de não ter sido capaz de despertar algo mais forte.
Os laços do casal, embora convenientes, começaram a tornar-se mais frouxos. Agora era Teresa quem, na realidade, financiava o alto nível de vida que levavam.
Um dia a sua empresa sofreu um baque e de repente a mulher forte viu-se frágil. O marido apoiou-a. Mas ela percebeu que ele sabia o que sentimentalmente lhe acontecera.
Recomeçou. E, de novo, teve sucesso. Agora, muito sucesso.
E, também, de novo se enamorou. Muito. Ao ponto de ter decidido sair de casa sem nada levar. Nem os filhos. Mas também, outra vez, se enganou. E depois de uma separação de três anos, voltou. Ao marido e aos filhos. Há casamentos assim!
Helena
de que namoro apaixonado
ResponderEliminarlentes de amor deturpado